"Os sábios estudam os livros, os políticos estudam os homens." - Balzac

Eleições e internet: por um bom uso do ciberespaço

Eleições e internet: por um bom uso do ciberespaço

A Minireforma Eleitoral (Lei nº 13.165/2015) realizou alterações importantes e reconfigurou as regras do jogo nas eleições deste ano para os aspirantes a cargos eletivos e para os atores políticos já consagrados. Estas alterações redimensionam o grau de importância de alguns canais de comunicação durante a campanha em sua eficiência no alcance do eleitor e de conquistar o seu voto.

As mudanças mais significativas, sem sombra de dúvida, estão no período das eleições, que esse ano contará apenas com 45 dias, metade do tempo destinado às eleições anteriores e nas restrições quanto aos financiamentos das campanhas. Isso quer dizer que novos candidatos terão um trabalho mais árduo para promover e consolidar suas candidaturas frente a políticos com carreiras já estabelecidas.

A ferramenta de ouro destas eleições, portanto, será a internet. Sai na frente nessa corrida quem já vem praticando um marketing de relacionamento inovador na busca do tão almejado engajamento. Redes sociais como o Facebook, Twitter, Youtube, e Blogs tem algoritmos diferentes para gerar e expandir alcances orgânicos de publicações, por isso as ações realizadas em cada um destes canais deve ser feita de maneira personalizada.

Em eleições de alta intensidade como as municipais, onde o contato com o eleitor é direto, o marketing político nas redes sociais deve constituir um trabalho a parte, independente na forma de publicizar o conteúdo, mas dependente da produção do trabalho do corpo a corpo, do porta a porta do candidato. Portanto, a lógica é que o trabalho de campo paute a produção online e não o inverso.

Aquele candidato que está esperando apenas pelo dia 16 de agosto para começar a bombardear material eleitoral para a sua rede virtual de amigos pode incorrer no erro de passar por um chato, afastar o eleitor e até ser o alvo da sua antipatia, tudo isso pode acontecer menos conquistá-lo. Em marketing de relacionamento todo cuidado é pouco e uma frase infeliz, uma resposta agressiva, ou um posicionamento equivocado pode comprometer todo um trabalho de meses ou anos.

O eleitor precisa enxergar as suas aspirações e demandas sendo canalizadas para dentro dos programas de governo e plataformas de ação parlamentar, bem como sendo traduzidas em um marketing de relacionamento inteligente por meio de artes gráficas, certo humor e peças publicitárias. O êxito de uma campanha eleitoral moderna, portanto, extrapola a bom termo a sazonalidade eleitoral.

Publicado no jornal O Estado do Maranhão, em 21 de julho de 2016.

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